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Razorblade, 2012
Philippe Perrin
Aço inox

Trabalhando sobretudo com a escultura, mas também com a fotografia e desenho, a sua obra desenvolve-se em torno de temas retirados dos subúrbios urbanos, do rap, do boxe e da estética gangster, com referências também à literatura e cinema policiais. É particularmente conhecido pelos seus objetos em grande escala, sobretudo armas mas também canivetes, lâminas de barbear, rosários, anéis ou coroas de arame farpado que, imóveis e ampliados para enormes dimensões, perdem as suas funções originais para dar lugar à sua beleza formal, enfatizada pelo meticuloso trabalho do artista.

“Razor Blade” prolonga esta estratégia de atuação de Perrin no espaço público reverberando algumas das opções estéticas da escultura Pop dos anos 60, onde a vulgaridade dos objetos quotidianos é monumentalizada através de ampliações de escala, convertendo esses objetos em ícones introduzindo-lhes uma estranheza sedutora (neste caso particular, acentuada pela forma prosaica como é colocada no espaço). Porém, no caso de Perrin, existe um refinamento e critérios muito particulares na seleção dos artefactos que decide ampliar. Estes prendem-se normalmente com instrumentos associados à violência ou ao vandalismo mas também à religião, nomeadamente à ideia de sacrifício e penitência ou qualquer tipo de mortificação interior ou exterior. Neste sentido e de forma pungente, Perrin, coloca-nos no “fio da navalha” perante aquelas que são as questões de fundo da condição humana: violência, religião, guerra, sofrimento, morte, mas também, por inerência, paixão, prazer e amor.

 

Razorblade - Philippe Perrin - IX Simpósio 2012

 

Razorblade - Philippe Perrin - IX Simpósio 2012

 

Razorblade - Philippe Perrin - IX Simpósio 2012

 

Razorblade - Philippe Perrin - IX Simpósio 2012

 

Razorblade - Philippe Perrin - IX Simpósio 2012