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Sem Título, 2001
Um Tai Jung
Ferro e granito

A obra do artista coreano Um Tai Jung alimenta-se da exploração do mundo das formas, das capacidades cromáticas, da expressividade dos materiais e da potencialidade das suas texturas, características da arte do século XX. A escultura que este escultor coreano construiu para os jardins de Santo Tirso revela-nos portas abertas, intensamente opacas e de silhuetas extremamente nítidas. Feitas numa matéria ferrosa altamente expressiva e com uma textura de aparência enferrujada, intensificada pela presença das cabeças de rebites. O tamanho do conjunto, sobretudo as dimensões das suas cavidades, permite o atravessamento pelos transeuntes, desconstruindo o caráter invencível do muro carcerário.

A porta “rasgada” sobre o muro robusto torna-se símbolo de esperança e representa o fim de um isolamento ou de uma opressão. Uma espécie de passagem, outrora obstruída, que reacende a vontade de liberdade universalmente sonhada. Tai Jung, desta forma poética, coloca-nos na atualidade perante uma reflexão urgente sobre os muros, fronteiras e fortificações que por razões políticas, sociais ou religiosas vão sendo erigidas e que constituem símbolos contemporâneos do egoísmo, da discórdia, da segregação, da negação da diferença, ou radicalismos de todo o género.

Somos assim convidados por Tai Jung a atravessar as suas portas em sinal de afirmação da nossa vontade de diálogo, liberdade e utopia.

 

Sem Título - Um Tai Jung - VI Simpósio 2001

 

Sem Título - Um Tai Jung - VI Simpósio 2001

 

Sem Título - Um Tai Jung - VI Simpósio 2001

 

Sem Título - Um Tai Jung - VI Simpósio 2001

 

Sem Título - Um Tai Jung - VI Simpósio 2001

 

Sem Título - Um Tai Jung - VI Simpósio 2001

 

Sem Título - Um Tai Jung - VI Simpósio 2001