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Le non d’un fou se trouve partout, 1997
Paul Van Hoeydonck
Granito
Paul Van Hoeydonck transporta sobre os seus ombros a responsabilidade de ser o único artista contemporâneo, conhecido até à data, com uma obra extraplanetária. Em 1971, este artista belga, produziu “Fallen Astronaut”, uma escultura de alumínio com formas antropomórficas estilizadas e de pequenas dimensões (8,5cm), que acompanhou a expedição Apollo 15 para homenagear todos os astronautas e cosmonautas que definharam no sonho da exploração extraterrestre.
Autor de uma obra multifacetada, sempre dirigiu a sua atenção para as complexas relações entre o homem e a técnica, nomeadamente, para as interrogações que nos suscitam a capacidade de imaginar as cidades do futuro, assim como, a perceção imaginária que temos do ainda escasso conhecimento cosmológico.
Na escultura que realizou no âmbito do 4º Simpósio Internacional de Escultura Contemporânea em Santo Tirso figura uma espécie de alienígena esquematizado com traços cómicos que reforçam a componente lúdica do conjunto. Um personagem geometrizado que nos interpela pela sua estranheza e conduz-nos a meditar sobre outras formas que, existindo na natureza, nos podem convocar outras culturas imemoriais, num jogo de tempos e ficções. Das estátuas misteriosas da Ilha da Páscoa até certas manifestações da arte africana, muitas são as presenças escultóricas que reclamam lugares recônditos e insondáveis da cultura humana desafiando a nossa consciência para o imaginário do espaço-tempo global.