Jacques Villeglé
França, 1926
Jacques Villeglé nasceu na Bretanha, França, em 1926. Estudou pintura e desenho na Escola de Belas Artes de Rennes e trabalhou durante algum tempo com um arquiteto, familiarizando-se com questões do urbanismo e do espaço público. Em 1947 iniciou o curso de arquitetura na Escola de Belas Artes de Nantes, que abandonou em 1949, ano em que se mudou para Paris. A partir de então começou a colecionar posters rasgados das ruas da cidade, que depois usava para criar superfícies pictóricas normalmente abstratas, formadas pela colagem e sobreposição sobre tela dos diversos fragmentos recolhidos.
O artista nunca mais abandonaria esta prática, desenvolvendo-a até à atualidade. Se os seus primeiros trabalhos se focam sobretudo na tipografia dos fragmentos rasgados, a partir dos anos 60 o artista explora as cores e as formas, criando obras que revelam o seu interesse pela publicidade e crítica social, com um certo imaginário sexual e humorístico também presentes. Em 1960 assinou o Manifesto do Noveaux Réalisme [Novo Realismo], um movimento que se desenvolve em França, sobretudo em Paris, paralelamente à Pop Art americana, e que se caracterizava pelos mesmos pressupostos de apropriação de imagens e objetos do quotidiano urbano para, através de colagens, combinações ou justaposições lhes dar novos significados. Interessado desde sempre pela tipografia e pela pesquisa gráfica, a partir de 1969 imagina um “alfabeto sociopolítico” onde as letras são substituídas por símbolos monetários, religiosos e políticos, e com o qual cria obras de pintura e escultura, como é exemplo a obra de arte pública Cubo, produzida para o 9º Simpósio Internacional de Escultura Contemporânea de Santo Tirso, em 2013.
Expondo individualmente desde 1957, participou na 1ª Bienal de Paris em 1959 desde então tem estado presente em diversas e importantes exposições individuais e coletivas em França e no estrangeiro. Destacam-se, em 1961 “The Art of Assemblage” no MoMA, ou “The New Realistes” na Sidney Janis Gallery, ambas em Nova Iorque. Mais recentemente podem referir-se as exposições retrospetivas da sua obra no Centro Georges Pompidou, Paris, em 2008, ou, de menores dimensões, na Partners & Mucciaccia, em Singapura, 2014-2’15.