Iniciando a sua prática artística nos anos 60 com trabalhos relacionados com o expressionismo abstrato, a partir da década de 70 a sua obra adquire um cariz minimalista e, desde então, Suk-Won Park é considerado um dos mais representativos autores da escultura abstrata coreana. As suas esculturas são, normalmente, produzidas através da conjugação e segmentação de elementos geométricos simples, sobretudo em pedra (granito, por exemplo), combinados em diferentes posições.

No interstício entre a escultura e a arquitetura encontra-se a sua proposta para Santo Tirso. Espaço de oração, recolhimento ou arco comemorativo, a escultura parece viver de uma ambiguidade inquietante. Não sendo penetrável frontalmente, mas sim na lateral, difere dos grandes arcos clássicos, identificando-se de forma mais nítida com um pequeno albergue constituído por um corredor abobadado em forma de berço. A simplicidade de linhas e a austeridade dos seus materiais, acrescida da ausência de cor, conferem-lhe, ao mesmo tempo, a seriedade própria da escultura funerária.

Em todo o caso, a sua escala é decisivamente humana, como se quisesse acolher no seu interior a intimidade de um corpo. Não é em vão que a sua estrutura é dupla, aberta por um lado e fechada por outro, sugerindo a ideia de um abraço protetor. Por conseguinte, é uma peça que apesar da sua sobriedade formal é intimista, convidando ao nosso recolhimento.