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Sol, lua e vento, 1997
Satoru Sato
Granito

Ascetismo sem frieza; audácia sem excessos; compreensão da matéria enquanto energia vital; sabedoria decorrente da profunda interiorização dos sentidos são algumas das características que marcam as obras de Satoru Sato. Artista nascido numa antiga família japonesa na província de Miyagi no norte do país, vive a sua infância e a sua juventude imbuído dos ritos, costumes, objetos, paisagens e jardins que consubstanciam o próprio de uma cultura requintada com tradições milenares. Porém, foi a sua experiência parisiense a partir de 1969, sobretudo o contacto com algumas vanguardas europeias (abstracionismo e construtivismo) que conjuntamente com as suas raízes orientais determinaram o seu envolvimento quase obsessivo pela abstração geométrica, pela essencialidade da forma, pelas sínteses, vazios e silêncios.

Inicialmente, enquanto pintor, foi, ao longo dos anos 80, progressivamente derivando para o interesse pelas volumetrias e relações espaciais.

Na obra que Satoru inventou para Santo Tirso é visível a sua paixão pelas composições geométricas de volumes verticais e diagonais anunciando, nesse jogo de equilíbrios, uma passagem delicadamente construída entre a organização vincadamente simétrica. Um convite a um percurso mais que a constatação de uma escultura, Sato, propõe ao espectador a experiência de um lugar, a vivência de uma passagem, a contemplação dos vazios, uma meditação.

Não será de ignorar, ainda, o título deste projeto que nos atira para a vertigem simbólica da relação da escultura com alguns elementos da natureza: o sol, a lua e o vento.

 

Sol, Lua e Vento - Satoru Sato - IV Simpósio 1997

 

Sol, Lua e Vento - Satoru Sato - IV Simpósio 1997

 

Sol, Lua e Vento - Satoru Sato - IV Simpósio 1997

 

Sol, Lua e Vento - Satoru Sato - IV Simpósio 1997

 

Sol, Lua e Vento - Satoru Sato - IV Simpósio 1997

 

Sol, Lua e Vento - Satoru Sato - IV Simpósio 1997