Apoiada sobre uma peanha em betão com uma espécie de pequena escadaria,  a obra do australiano Peter Rosman, composta de mármore, granito e metal, oferece dobras, redobras e longas falhas, zonas luminosas e sombreadas, enroladas na sua verticalidade acidentada. Das suas subtilezas emanam pequenas brechas que permitem algumas ligações metafóricas, nomeadamente nos seus pequenos agregados religados acolhidos no interior daquilo que parece ser um “canto” de um livro gigante, aludindo ao conceito livresco, como se se tratasse de uma grande biblioteca universal, destinada a estimular o gosto do conhecimento e a impulsionar o imaginário. De composição complexa, a peça de Rosman, reenvia-nos para um universo algo espiritual (religioso?) ao mesmo tempo soldada a um sentimento humanista.

Peter Rosman vem desenvolvendo, nas últimas décadas, uma obra multidisciplinar através de instalações que exploram técnicas como a impressão sobre papel, madeira ou metal em séries de livros de artista que são desenvolvidos ao longo do tempo e que podem ser apresentados isoladamente ou incorporados em novas instalações ou esculturas.