Esta exposição convida o visitante a participar num diálogo entre dois objetos aparentemente distantes: um trilho de debulhar cereais, objeto agrícola do final do séc. XIX e um objeto artístico inspirado na obra concebida pelo artista Alberto Carneiro entre 1973/76, intitulado Um campo depois da colheita para deleite estético do nosso corpo. Esta instalação foi criada como um envolvimento espacial de modo a que, mais do que ver, a possamos sentir. Trata-se de perceber um jogo de sensações, ocorridas entre o plano físico e o mental, para experimentar a sua dimensão estética. Para Alberto Carneiro, e também para nós, no labor rural e no trabalho artístico ocorrem fenómenos de proximidade. Cada um promoverá sementeiras e colheitas, como atravessará novos campos percetivos e afetivos, igualmente valiosos. Este jogo estende-se agora à experimentação de cada um no seu próprio tempo e sensibilidade. Este encontro expande, assim, os campos simbólicos aos planos das sensações, sem recorrer a uma bipolaridade discursiva, à cisão ou à fusão de mundos, mas apresenta uma questão que nos faz pensar. As searas do nosso tempo, onde estarão?

 

Ficha técnica

Equipa Curatorial| Álvaro Moreira, Jorge da Costa e Virgínia Mota Coordenação| Amândio Felício Conservação| Georgina Pinto Pessoa Apoio à Produção | Carla Martins, Helena Gomes, Sofia Carneiro, Tânia Pereira, Virgínia Mota e Vítor Pereira Coprodução| Museu do Abade de Baçal / Direção Regional de Cultura do Norte Colaboração| Associação Cultural e Ambiental de Palácios Apoio| União das Freguesias de Sé, Santa Maria e Meixedo

“DO INSTRUMENTAL AO SENSORIAL. UM TRILHO E UMA SEARA”

28 MAR 22 SET