(…) Siempre me ha gustado la naturaleza, en todas sus manifestaciones pero especialmente cuando asume y expresa la huella de lo humano en su sentido más ecológico y respetuoso. La arquitectura es una gran arte. Su sentido utilitario y de servicio no está reñido, o no debería estarlo nunca, con la calidad y belleza de obra artística. Antes al contrario, aunque a mí me interesan en primer lugar su carácter simbólico y alcance metafórico, cualidades presentes en el arte más personal y subjetivo. Mi obra no es utilitaria en el sentido funcional de la arquitectura, en ese sentido yo voy directamente, como artista a construir poemas con formas escultóricas. (…)
A cidade representa a expressão material mais eloquente da natureza cultural do ser humano, constituindo um testemunho civilizacional impar da convergência de impulsos criativos regeneradores das sociedades. A “cidade” de Miquel Navarro conforma uma paisagem idealizada que transmite múltiplas dimensões onde se reflete uma memória de tempos pretéritos e, simultaneamente, emerge um território surrealista, fantástico e metafísico, unindo na mesma realidade uma forma particular de percecionar o mundo e a dimensão onírica da sua expressão artística.
Miquel Navarro nasceu em Mislata, Valencia, Espanha, onde atualmente vive e trabalha. Entre 1964 e 1968 dedicou-se sobretudo à pintura, tendo frequentado a Escola Superior de Belas Artes de San Carlos, em Valência. No início da década de 1970 começou a praticar a escultura criando, em 1973, a primeira da sua série de cidades, La ciutat 1973-1974. Expôs individualmente pela primeira vez em 1972, em 1986 recebeu o Prémio Nacional de Artes Plásticas do Ministério da Cultura Espanhol e no mesmo ano representou a Espanha (juntamente com Ferran García Sevilla, José María Secilia e Cristina Iglesias) na 42ª Bienal de Veneza. Desde então tem participado em diversas exposições coletivas e individuais em Espanha e no estrangeiro, destacando-se a exposição que realizou em 2005 no IVAM (Instituto Valenciano de Arte Moderna), na sequência da qual doou ao instituto mais de quinhentas obras representativas do seu percurso; ou uma das mais recentes individuais, “Monumentos y Multitud” na galeria Fernández-Braso, Madrid, em 2014. Possui esculturas de arte pública em diversas cidades espanholas e europeias, por exemplo, L’Almassil, criada para a Praça Maior de Mislata, Valência, em 2010 ou mais recentemente a obra Casa de Passo, para o 10º Simpósio Internacional de Escultura Contemporânea de Santo Tirso, em 2015.