16

Trade Winds, 1996
Michael Warren
Ferro e calcário

M. Warren é um escultor do essencial: busca no mínimo de articulações o máximo de eficácia das formas. A sua obra vive mais dessa agregação do vazio que a circunda e que a requalifica, do que das aparências formais.

A escultura Trade Winds pode ser vista como uma homenagem a Portugal e à sua extraordinária história marítima.

No século XV, os portugueses reconheceram a importância dos “ventos alísios” (trade winds) tanto no norte como no sul do Oceano Atlântico. Estes tipos de vento “sopram” predominantemente de nordeste no hemisfério norte e de sudoeste no hemisfério sul, o que permitiram durante séculos a travessia do oceano atlântico por parte de barcos à vela facilitando a expansão do império europeu, abrindo rotas de comércio para as Américas.

Neste período de grande expansão, os portugueses criaram a Caravela, um tipo de embarcação rápida, de fácil manobra, capaz de bolinar e que, em caso de necessidade, poderia ser movida a remos. Existiram dois tipos de caravela, a latina e a redonda. Esta última surge como uma adaptação posterior aperfeiçoada para travessias longas com ventos mais calmos e constantes. Michael Warren, baseando-se nas caravelas portuguesas do século XV, realizou “trade winds”, uma escultura de três elementos de metal verticais com cerca de 3m de altura dispostos em sequência, onde as concavidades juntamente com os rebaixos afiados ao nível do solo, remetem formalmente para a força dos ventos nas velas dos barcos quinhentistas portugueses.

Numa panorâmica geral pela sua obra identificamos principalmente esculturas de média e grande escala, site-specific e construídas com materiais como a madeira, a pedra, o metal ou o betão, normalmente deixados pelo artista o mais próximo possível do seu estado natural. Apesar do forte impacto das suas esculturas de grande escala, as formas abstratas que cria conferem ao seu trabalho uma delicadeza que se coaduna muitas vezes com a história inerente a cada um dos espaços para onde trabalha, e que o artista explora como elemento essencial na configuração de cada obra. Michael Warren procura que as suas obras de arte pública causem impacto, primeiro a paisagem onde se inserem e depois nas pessoas que as usufruem.

 

Trade Winds - Michael Warren - III Simpósio 1996

 

Trade Winds - Michael Warren - III Simpósio 1996

 

Trade Winds - Michael Warren - III Simpósio 1996

 

Trade Winds - Michael Warren - III Simpósio 1996

 

Trade Winds - Michael Warren - III Simpósio 1996

 

Trade Winds - Michael Warren - III Simpósio 1996

 

Trade Winds - Michael Warren - III Simpósio 1996