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Oeuf du vent, 2012
Kishida Katsuji
Ferro

Tal como o pássaro constrói meticulosamente o seu ninho para incubar os seus ovos e cuidar as suas crias até serem autónomas, Kishida construiu o seu ovo nesse grande ninho que é o Parque da Rabada de Santo Tirso.

O “ovo do vento” nasceu de uma interiorização sensorial do espaço por parte do escultor japonês: o som das folhas agitadas pelo vento invisível a olho nu ou os desenhos esboçados pelos movimento do ar entre as árvores. Foi essencialmente a imaterialidade invisível do lugar que detonou a inspiração e o desejo de Kishida convertê-la em matéria.

Autor de uma obra coerente e rigorosa, o seu trabalho desenvolve-se sobretudo na área da escultura não figurativa, de caráter quer intimista, quer monumental. Usando como material preferencial o metal – sobretudo o aço – pintado ou em bruto, Kishida cria esculturas baseadas em formas geométricas que são interpretadas livremente pelo artista (é comum a forma ovoide), e construídas muitas vezes através de uma complexa articulação entre as diferentes superfícies que criam o volume. Esse sistema de articulação desenvolvido pelo artista confere às suas obras um caráter aéreo e uma certa leveza, evidenciando a dialética entre interior e exterior inerente à maioria do seu trabalho. Quando pintadas, as suas esculturas adquirem geralmente a cor vermelha, que o artista associa à terra, à oxidação do metal, e por isso à passagem do tempo, que pretende também evidenciar.

 

Oeuf du Vent - Kishida Katsuji - IX Simpósio 2012

 

Oeuf du Vent - Kishida Katsuji - IX Simpósio 2012

 

Oeuf du Vent - Kishida Katsuji - IX Simpósio 2012

 

Oeuf du Vent - Kishida Katsuji - IX Simpósio 2012

 

Oeuf du Vent - Kishida Katsuji - IX Simpósio 2012

 

Oeuf du Vent - Kishida Katsuji - IX Simpósio 2012

 

Oeuf du Vent - Kishida Katsuji - IX Simpósio 2012