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La nube de Santo Tirso, 1997
Federico Brook
Granito

“Pelo ar andam plácidas, montanhas ou cordilheiras trágicas de sombra que escurecem o dia. Se chamam nuvens. As suas formas são muitas vezes estranhas. Shakespeare observou uma. Parecia um dragão. Essa nuvem de uma tarde, na sua palavra resplandece e arde e a seguimos todavia vendo. O que são as nuvens? Uma arquitetura do acaso? Quiçá Deus necessitará delas para a execução da sua infinita obra de trama obscura. Quiçá a nuvem não seja menos vaidosa que o homem que a mira pela manhã”. Jorge Luís Borges, o renomado poeta argentino dedicou este poema ao seu amigo escultor e compatriota Frederico Brook, escrito a partir das suas esculturas sobre nuvens. A mais famosa das quais é, precisamente, a mão de Borges em bronze, uma cópia em tamanho real a partir do molde da sua mão, a segurar delicadamente na ponta dos dedos uma pequena nuvem (imaginação do poeta?).

“A nuvem de Santo Tirso” retira-nos da gravidade do mundo e das coisas para apreciarmos a leveza e fragilidade de uma nuvem (estilizada a lembrar os ícones POP) pousada no topo de uma coluna de granito. Brook, com este gesto, redefine a posição da nossa linha do horizonte e faz-nos levantar a cabeça para as nuvens, como se nos quisesse convidar a imagina-las. Jorge Luís Borges, seu amigo, escreveu uma vez que Shakespeare viu uma nuvem que parecia um dragão, e nós, que figuras descobrimos nas nuvens que vemos?

 

La nube de Santo Tirso - Federico Brook - IV Simpósio 1997

 

La nube de Santo Tirso - Federico Brook - IV Simpósio 1997

 

La nube de Santo Tirso - Federico Brook - IV Simpósio 1997

 

La nube de Santo Tirso - Federico Brook - IV Simpósio 1997

 

La nube de Santo Tirso - Federico Brook - IV Simpósio 1997

 

La nube de Santo Tirso - Federico Brook - IV Simpósio 1997