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Aberto, 2015
Arghira Calinescu
Aço corten
Escultor romeno, Arghira Calinescu, graduou-se na Academia de Belas Artes de Bucareste em 1962. Desde então, tem exercido uma prática continuada dentro do território tradicional da escultura, essencialmente sobre pedra, num percurso que se tem pautado essencialmente pela participação em inúmeros simpósios internacionais. O seu universo estético circunscreve-se a composições com forte predomínio das formas geométricas organizadas e articuladas entre si, formando regularmente objetos que parecem remeter para dispositivos mecânicos e industriais. Na escala humana ou abraçando empreitadas monumentais, Calinescu, tem desafiado os seus limites e vocabulário formal, criando um percurso artístico em estreita relação com a arquitetura e, por inerência, com o corpo dos espectadores que se relacionam com as suas obras (algumas delas, implicam mesmo o seu manuseio e interação).
Para Santo Tirso, Calinescu, em coerência com a sua linha de ação, propõe-nos uma obra realizada, desta vez, em aço corten que revela uma espécie de desmultiplicação padronizada de um plano vertical retangular que vai sendo recortado no seu interior até atingir o seu centro. Um trabalho de recorte e desconstrução geométrica que parece obedecer sem desvio à instrução do “corte sem sobra”. Embora tridimensional, a trajetória do desenho espacial pressupõe sempre a sua origem, devedora da lisura do plano inicial, criando uma composição que denuncia o gesto processual e intencionalidade do autor.